quinta-feira, abril 12, 2012

língua morta 025




AGUARDENTE E PÓLVORA


Deu errado o que faltava
Estou como quem acorda
sem ter para onde correr

Gigolei puta doente
roubei firma
botei fogo
vendi pedra
malhei pó

Agora só lambo caco
vivo mijado e com fome

Tremo de frio, calor
alguém manda beber
aguardente e pólvora
quarenta dias seguidos
para ver se enxugo
as poças de dentro

Se eu pudesse
fincava um prego no céu
e amarrava a corda
para o teu pescoço


BAQUE, de FABIO WEINTRAUB
[
com capa de Inês Dias,
100 exemplares, 80pp., 9€]
pedidos: edlinguamorta@gmail.com

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